Leôncio Severo

Ronda

Leôncio Severo


Não sei se um tento do catre
Que cortou me desconforta
Ou se a lua que andejando
Olha entre a quincha e a porta
Talvez tentando aclarar
Alguma ilusão já morta

Tremulam os fios da crina
Do meu rancho idolatrado
Dança a luz da lamparina
Neste templo enfumaçado
Onde a gaita do silêncio
Abre o fole do passado

Inquietude do meu cusco
Vai e volta até o portão
Se enrodilha, abre buracos
Junto as cinzas do fogão
Talvez ouvindo escaramuças
Dos potros da solidão

Cruza um astro caborteiro
No campo de um céu tão vasto
De massaroca em bandeira
Luzindo o lombo dos pastos
Talvez pateando o cabresto
Com a presilha de arrasto

Não vi onde está o cruzeiro
Estaqueado nesta tela
Veludo azul pontilhado
De lantejoulas tão belas
As Tres Marias me espiam
Pelas frestas da janela

Composição: Eron Vaz Mattos / Zulmar Benites

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