Leôncio e Leonel
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De Tudo Já Vi Um Pouco

Leôncio e Leonel


A honra do homem é barba, mas já vi barba de bode
Eu já vi um galo índio apanhá do galo robe
Já vi homem cabeludo, já mulher de bigode
Já tô cansado de vê
Esse tal de iê-iê-iê perdê pro nosso pagode

Eu já vi onça pintada o terror do meu sertão
Já vi caboclo valente cortá ela de facão
Meu peito tem dois amor, mais não tem dois coração
Eu já vi alguém medroso
Transformar num pirigoso por causa de uma paixão

Vi fama do Lampião quando foi rei do cangaço
Sua fama foi vencida na ponta de um balaço
Boi tem força no pescoço, mais gaúcho é o rei do laço
Eu já vi tanta mandinga
Mulher tem força na língua, mais não agüenta um abraço

Já vi muito homem rico viver as custas do pobre
Eu já vi muitos mendingo no passado já foi nobre
Já vi coisa em segredo que aparece quem descobre
Nossa linda natureza
Não se compra com a riqueza e o dinheiro não encobre

Já vi soldado valente no cabo de uma metralha
Já caboclo valente brigar num rabo de arraia
Tem malandro pirigoso pra jogar um navalha
No braço desta viola
Os coração nóis consola e a nossa fama se espaia

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)

Composição: João Negrão e Serraninho

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