(“No norte do Paraná me cortou o coração Um pobre empreiteiro que ali foi ganhar o pão Vinte mil pés de café ele plantou neste chão Esperando nesta safra melhorar de situação”)
Lutando de sol a sol seu Chico estava animado Falava pra filharada, podem ficar sossegado Este café é o suor que seu pai tem derramado Vamos tirá o pé do lodo porque Deus tem me ajudado
Do pé de café mais alto um raminho ele colheu E olhando para o céu pra Virgem ofereceu O coitado não sabia do triste destino seu Não há nada que atalhe aquilo que vem por Deus
Numa triste madrugada houve choro e lamento Cinco ano de trabalho, de luta e de sofrimento A geada queimou tudo o seu único sustento Seu Chico desesperado enlouqueceu no momento
Seu Chico daquele jeito poucos dias agüentou A família sem recurso chorava mágoa de dor Na soleira do ranchinho triste lembrança ficou O raminho de café que a geada não queimou