Leonardo Prates
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Madrugadas de Agosto

Leonardo Prates


?Imagens de um inverno brabo
aos olhos de um guri acostumado
a quebrar geada na sola do pé.?

Que geada velha lobuna
É de renguear a cuscada
De rachar teto de vaca
E amontoar a porcada
Criar natas de gelo
No espelho das aguadas.

Encorujar pinto guaxo,
Numa lampana de frio
Fazer o vento sumir
Sem deixar um assobiu
Levantar a bruma branca
Pelos caminhos do rio

O mato dormir chorando
Alumiando o folharedo
Pelego branco estendido
Na extensão do varzedo
Que o piazito campeiro
Nem sente a ponta dos dedos.

Cobrir o pelo da quincha
E os flecos de picumã
Manojo de pasto seco,
Na sombra do tarumã
Emenda a geada de hoje
Noutra que vem amanhã.

São madrugadas de agosto
Neste pago estremecido,
A fome rondando tropas,
No pastiçal ressequido.
Saudades de primavera,
De pasto e campo florido.

Composição: Severino Moreira e João Bosco Ayala

Letra enviada por Severino Rudes dos Santos Moreira

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