Leonardo Paim
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Meu Baio em Quatro Elementos

Leonardo Paim


A alma do meu cavalo
Tem vento pelas entranhas
Calma de brisa de maio
E entardecer de campanha.
Tem nas noites de agosto
Uma inquietude que venta
E a mansidão pelas rédeas
Em contraponto a tormenta.
Tem raios de temporal
Nas quatro patas calçadas
Que bate o rumo dos campos
Numa ciranda marcada.
É a água mansa de sanga
Arroio de campo bueno
Planura de vĂĄrzea larga
Molhada pelo sereno.

Meu baio quando escarceia
Atira a sombra prĂĄ cima
Enroda o coscĂłs do freio
Abanando franja e crina.
ClarĂŁo de lua no pĂȘlo
Coração de noite boa
Terra nos olhos e um tino
De nuvem negra e garoa.

O sangue do meu cavalo
Tem fogo na sua essĂȘncia
Mescla de tempo e coragem
E pĂŽr de sol da querĂȘncia.
Meu baio tem casca antiga
Das estĂąncias da minha gente
Tem alma de gato e mancha
Nos elos do continente.
É água pra tanta sede
É terra por onde pisa
É o fogo que tem no sangue
É o vento que vira brisa.
Pois quando estende a estrada
Num rumo de ir embora
Meu baio segue o brilho
Da luz da estrela da espora.

Por isso quando encilho
Meu baio numa ramada
Firmo a histĂłria do pago
Na cincha bem apertada.
É a descendĂȘncia do campo
Na palavra que sustento
Alma sangue pĂȘlo e raça
Unindo quatro elementos.

Meu baio quando escarceia
Atira a sombra pra cima
Enroda o coscĂłs do freio
Abanando franja e crina.
ClarĂŁo de lua no pĂȘlo
Coração de noite boa
Terra nos olhos e um tino
De nuvem negra e garoa.

A alma do meu cavalo
Tem vento pelas entranhas.

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