Leandro Teixeira
Página inicial > L > Leandro Teixeira > Orações de Campo

Orações de Campo

Leandro Teixeira


Canta a cigarra agarrada na forquilha
Da grama seca (que a geada queimou no agosto)
Prece de campo no romper da noite grande
De uma coruja a me espiar mateando ao posto!

Quem é do campo sabe bem das suas penas
(na sina bruta de lidar com a criação)
E das saudades que hibernam dentro d'alma
Que afloram quando a lua aponta no capão!

No altar da pampa a natureza reza um terço
Na madrugada clara de estrela e lua
Serenas horas em que arreglo um mate novo
Pra uma milonga falar das minhas mágoas cruas!

Assim guapeio, sol a sol, aqui na estância
Aquebrantando o rigor pra o meu sustento
Pois quem tem a alma aquecida por braseiros
Agüenta firme o trompaço do mal tempo!

Mas rogo à deus pra cuidar desta querência
Num canto xucro, acolherado na guitarra
Que a primavera traga o verde às campinas
E que não cale o contraponto das cigarras!

Talvez por isso esses cantos são "muy" tristes
E tão sonoros quando o breu estende os braços
Cantando as dores de um inverno fronteiriço
Ou as saudades nostalgiando este regaço!

Composição: L: Leandro Teixeira/ M: Tiago Machado

Letra enviada por Leandro Teixeira

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta música

Ouça estações relacionadas a Leandro Teixeira no Vagalume.FM
ESTAÇÕES