Muitas foram às vezes que senti-me desprezada por ser o que sou. Ultrapassei obstáculos, fui derrubada, reergui-me, segui... Lutei com minha própria classe, esbravejei, e muitas vezes fraquejei. Homenageei com sentimento profundo quem colocou-me no chão. Enrijecida tornei-me pelos tombos, afrontas e insultos. Recorri ao bom senso e permaneci calada, trabalhando em silêncio.
Suor não me faltou, uma vida de labor me sustentou. Íntimo vitorioso à cada palavra contra mim lançada. Maior evidência não podia acontecer, minha classe começava vencer. Brinquei de submissão, foi divertido, via em semblantes, o sabor da ilusão. Ontem, nem falava, hoje solto a voz clara e firme para que todos ouçam. Longo foi o tempo de luta para a vitória alcançar...Ela chegou!!! Odioso preconceito se dissipa a todo vapor.
Doei sorrisos aos insultos proferidos por mentes menos esclarecidas. Ondeei nas estradas da vida, mas consegui ser admirada, respeitada.
Agora, pouca coisa resta a fazer, é só continuar procurando espaço. Melhorando a cada amanhecer, em cada entardecer...Anoitecer. Ouvir o coração misturado com a razão, então, resplandecer. Rumar para o infinito sentimento de mulher e vitoriosa permanecer.