Querendo explorar continente sem barco a vela Tanta cena do rap diferente, tá parecendo novela
Quando eu disse "quero rap sujo", patrão viu bicho Eu quis dizer "sujo" mesmo, não queria rap lixo
Sem valor, salário dá nem pra bico Puta sem carteira, é verdade, sociedade tá em risco
É patrão comandando o que não sabe, faz faculdade Formado em adm, acha que é einstein Mas não tá pronto pro combate
Rap não é cocaína Mas vicia Coca-cola na mão de doutor vira anestesia E mete na ferida Nas manha não é só gíria Minha lírica é cínica, sociedade tá paraolímpica
Sem melação, hajo, reajo, desfalco Não é a vontade do diabo que faz o pacto É o sangue assinado, que nem sangue Mc que faz o pacto com empresário por uns trocado Retificado, mãos pro alto
Sangue derramado, no chão, no asfalto, no cimento Paciente no leito, mas o hospital tá lento
Segura a linha, tamo sem freio, repeito Mostrando que existe talento fora do eixo
Faz o seu que faço o meu, me lenhando Eu não lixo pra tá me lixando Apocalipse soteropolitano Deixo aos prantos
Muita informação pra pouca mente Ou pra pouco usuário O povo não entende Dentro da cabeça existe um santuário Então pense, repense Ponho minha tropa na linha de frente Faz o sinal, só quem vai pra guerra entende
O povo se pergunta, o que é essa tal de corrupção Quando é que você ouve falar De político fora do tempo de eleição Só sobe no morro pra pedir, tá faltando cuidar do povão Na próxima quebro na chuva, o voto é útil, o sistema não
Esperar solução é tipo esperar ouro do céu Enquanto gastam dinheiro com iate Mansão e puta no motel No topo do planalto, subi o prédio de rapel Enquanto for assim, dinheiro Em mente oca é coisa cruel
Nordeste cega as mazela do bambuzal de critica Facão corto a raiz, me defendo pra não ser vitima Sistema errado, corta os pulo de quem não se movia E ainda debocha da deficiência que aflita essa vida
Aí complica, depois reclamam quando falamos de política
Nordeste no sangue e no chão Fila da puta respeita os irmão Cabra agreste não se acovarda não Incendeia as casas De quem não teve trabalho de levantar elas do chão
Renascimento já dizia, dar a voz a razão Mas fazer o quê? O que move o ser humano é nossa emoção
Escárnio, dinheiro público gastado com álcool, enfeite E quem gosta é o santo, já que o primeiro gole é dele