Júlio Cápria

Taxi Blues

Júlio Cápria

Quarto


Eu sou o que mataram
e não morreu
o que dança sobre os cactos
e a pedra bruta
eu sou a luta

o que há sido entregue aos urubus
e de blues
em
blues
endominga as quartas-feiras

eu sou a luz
sob a sujeira
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos
farrapos das minhas etnias
artérias inundadas de arquétipos)

eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!

eu sou ferro, eu sou a forra
e fogo milenar desta caldeira
elevo meu imenso pau de ébano
obelisco as estrelas

eu sou a luz
sob a sujeira
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos
farrapos das minhas etnias
artérias inundadas de arquétipos)

eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!

leito de terra negra
sob a água branca
seu a lança
a arca do destino sobre os búzios

e de blues a urublues
ouça a moenda
dos novos senhores de escravos
com suas fezes de ouro
com seus corações de escarro

eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!

eu sou a luz
sob a sujeira
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos
farrapos das minhas etnias
artérias inundadas de arquétipos)

eu sou a luz em seu rito de sombras
esse intocável brilho

Composição: Salgado Maranhão e Júlio Cápria

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