Juliana Perdigão

Gangorra

Juliana Perdigão


Quando a gente tá sozinho
logo busca companhia
e se um caso é um caminho
tá sozinho é o que queria

Só decora esse refrão
quem nasceu cabeça-oca
quem, se pensa, é sem razão
faz de vaca e vai com as ôtra

Quem tolera feito tolo
sua própria ignorância
vai morrer sem um consolo
com o rei que crê na pança

Quem malgrado a tempestade
passa arado em pensamento
preparado pra mais tarde
não semeia novo vento

Nada é dado nesta vida
nesta vida tudo é dados
pra ganhar uma partida
rola o dado bem rodado

Quando o jogo é ser feliz
é melhor jogar a dois
sem rival e sem juiz
parceria ora pois

O amor tal qual gangorra
sobe, desce, volta e vai
faz pensar que a gente voa
faz pensar que a gente cai

Mas se um sobe e o outro desce
um não cai nem o outro voa
só assim o amor se tece
só assim move a gangorra

Quando um bate um pé no chão
o outro desce não é à toa
já projeta outra impulsão
força pra que o amor não morra

Mas se um dia um se cansa
volta inerte pro refrão
de quem crê o rei na pança
e acha boa a ilusão

De que humano é só engano
faca cega ou de dois gumes
pisca-apaga sem ter plano
coração de vagalume

Que se a gente tá sozinho,
logo busca companhia
e se um caso é um caminho
tá sozinho é o que queria

E repete feito crente
baboseira e ladainha
que repete toda gente
como toca a campainha

É melhor deixar de lado
de querer prorrogação
já que jogo mal jogado
não melhora no fim, não

É melhor que o outro aceite
que tem gente que derrama
sempre, sempre o mesmo leite
chora, chora, e nunca mama

Composição: Maurício Ribeiro / Zefére

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