Não consigo dormir Perdi a noção do tempo E sinto fogo a alastrar nos meus pulmões Teria valido a pena Se ao menos os que eu vi partir Calados, perdidos, exaustos Conseguissem encontrar o que resta da verdade Noites longas de aventura, A rir e a ferrar a brasa da loucura Nos olhos da razão Deixem voar este sonho Não me venham mais bater à porta
(Sou o vizinho de baixo Há barulho demais Ora eu quero dormir Isto tem que acabar Mas quando é que isto acaba)
Ainda vais lixar As reuniões do senhor doutor, hã Se alguma vez pudesses ver O que eu, sem querer, via em ti
Aqui neste cristal Há um estranho mecanismo Que num dado instante no faz perceber Que o homem fracassou Como um rio cuja água secou Antes de ter alcançado o mar
Aqui em Nuremberga Eis as forcas da justiça É estranho, em vez das cabeças que o homem condenou Estou a ver a terra inteira Balançar em frente de mim
Não consigo dormir Perdi a noção do tempo E sinto fogo a alastrar nos meus pulmões Teria valido a pena...
Aqui neste cristal Há um Mundo de certezas E as dúvidas ficam a ver-nos passar...