Jorge Foques
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Corpo Estranho

Jorge Foques


Quando eu quis cantar
Pelos novos ventos
Todo o ar se fez o mais puro dom de ser
Sinto a estĂłria mas sua tĂȘz me cega
E o corpo sem pressa, e
Sereno
 
Quando eu quis cantar
Para as novas folhas
Toda a flor se fez a mais linda e doce flor
Conto a estĂłria na ĂĄvida palavra
E o corpo sem pressa, e
Sereno
 
Quando eu quis ouvir
Uma nova voz falar
Toda a cor se fez a mais colorida luz
Conheço a estĂłria de sombra e ausĂȘncia
E o corpo sem pressa, e
Sereno.

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