Joarlei Pappa

Estrada

Joarlei Pappa


Mais uma noite e eu aqui sozinho
Pensando nos motivos do qual eu caminho
O mundo grita, mas ninguém escuta
O corpo sente, mas minha alma é muda
Ponteiros giram e eu me guio sem bussola
O tempo avisa que a vida é morte súbita
Devaneios na minha mente que tenta ser lucida
Na jornada que é incerta e não me resta duvida

Regando plantas que compõem o jardim
Molhadas de sangue e cheiro de jasmim
Brilham reluzentes como rubi
Os olhos do felino que olham pra mim
Inocente em meia a natureza
Expressivo, não esconde sua pureza
Imprevisível, agi na sutileza
O mundo é pequeno para a sua preza

Sem limite eu sigo o horizonte
E não vejo ninguém de cima desse monte
Sei que caminhei pela estrada mais longe
Mas me tornei mais forte e calmo como monge
Fui acumulando cicatrizes
E nem por isso eu mudei minhas diretrizes
Sem atalho, sem semblante infeliz
Só pegadas que eu mesmo fiz


Subi O Monte Durante Essa Trilha
E Fui Aprendendo Com A Minha Própria Vida
E Vendo O Quanto Eu Não Sei Nada Ainda
A Estrada É Insana E Cheia De Armadilhas

Com os pés descalços caminho na areia
Trago um amuleto e a luz que clareia
O brilho nos meus olhos e a fé que rodeia
Conduz a direção nessa estrada estreita

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