Jayne
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Terra tombada

Jayne

Coração Sertanejo


É calor de mĂȘs de agosto
É meados de estação
Vejo sobras de queimada
E fumaça no espigão
Lavrador tombando terra
DĂĄ de longe a impressĂŁo
De losĂąngulos cor de sangue
Desenhados pelo chĂŁo

Terra tombada
É promessa de um futuro que se espelha
No quarto verde dos campos
A grande cama vermelha
Onde o parto das sementes
Faz brotar de suas covas
O fruto da natureza
Cheirando a criança nova

Terra tombada
Solo sagrado chĂŁo quente
Esperando que a semente
Venha lhe cobrir de flor
Também minh'alma
Anciosa espera confiante
Que em meu peito vocĂȘ plante
A semente do amor

Terra tombada é criança
Deitada num berço verde
Com a boca aberta pedindo
Para o céu matar-lhe a sede
Lå na fonte ao pé da serra
É o seio do sertão
A ĂĄgua, leite da terra
Alimenta a plantação

O vermelho se faz verde
Vem o botĂŁo, vem a flor
Depois da flor a semente
O pĂŁo do trabalhador
Debaixo das folhas mortas
A terra dorme segura
Pois nos darĂĄ para o ano
Novo parto de fartura

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