Jão
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Codinome Beija-Flor / o Tempo Não Para

Jão


Pra que mentir, fingir que perdoou?
Tentar ficar amigos sem rancor?
A emoção acabou, que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou
Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções?
Desperdiçando o meu mel, devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-Flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-Flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
Ai, o tempo não para
Não para, não

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro
Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

Ah, e a tua piscina tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para
Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não para
Não para, não, não para

Composição: Cazuza, Ezequiel Neves, Reinaldo Arias / Cazuza, Arnaldo Brandão

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