Nasceu, liberto e gaudério, teatino dos quatro ventos. Trazia presa nos tentos a guitarra companheira. Estradeou pela fronteira bordoneando com apego, foi andejo sem sossego, nestas plagas missioneiras.
Por patrão teve o destino, em vez de rancho, pulperias, onde semeou alegrias noite a dentro, madrugadas, e nos galpões, com a peonada, mateou e contou estórias, restos de amores e glórias que espalhou pelas estradas.
PAYADOR, CRIA DA PAMPA, VAGALUME EM NOITE ESCURA, PELO DURO, ALMA PURA, A CANTAR NAS MADRUGADAS. MISSIONEIRO DEUS TE PAGUE, PELO SOM DESTA GUITARRA E ESTE CANTO SEM AMARRAS QUE SEMEIAS NAS ESTRADAS.
Sua voz era o clamor, das ruinas em noites claras, o cantar de mil cigarras extraviado, pago a fora. Tinha a estampa de outrora, de índio que se levanta como um bagual que se espanta com o tinido da espora.
Paisano, mesca crioula de sentimento aragano, dos Sete Povos, soberano com manhas de payador, teu canto conservador ecoa de sul a norte, porque nasceste com a sorte de Missioneiro e cantor.