Depois das luas Rosa Flor mimava um piá De olhos calmos, bem querer e olhar risonho se o tempo moço tinha espera pra lhes dar Então a vida lhe entregou bem mais que um sonho
Outro Mariano pra encilhar junto com o pai seu peticinho baio ruano e bom de patas Era um campeiro mal calcando o pé no estribo de boina negra, de bombacha e alpargata
Mariano Luna lhe ensinava o jeito certo de encilhar, firmar nas rédeas e sujeitar Ia contando ao piazito sobre a vida E o que ela tinha de bom pra ofertar
Pela ansiedade Rosa Flor era um sorriso Que se perdia entre as flores da janela Depois de um mate a mesma cena repetiu-se E os dois Marianos acenaram na cancela
Mariano Luna ia ao passo no seu baio E o peticinho rédea atada que obedece Outro Mariano que aprendia ser do campo Pequeno mundo bem maior do que parece
E Rosa Flor então sabia nos seus mates Que era o tempo cruzar poucas primaveras Que o guri ia também encilhar baios Porque a vida é um ciclo eterno de espera
Mais uma vez a estrada foi e despedia Pois pra quem fica uma manhã é a vida inteira E os dois Mariano já voltavam do potreiro Pra Rosa Flor e sua saudade costumeira
Então o rancho agora em três é bem maior Bombachas grande e pequenas no varal Só o silêncio nunca mais foi o mesmo PRA UM ROMANCE QUE JAMAIS TERÁ FINAL