Saco de Ouro

Jad & Jeferson

  • 																					Num saco de estopa
    Com embira amarrado
    Eu trago guardado é a minha
    Paixão
    Uma bota velha,
    Chapéu cor de ouro
    Bainha de couro e um velho facão
    Tenho um par de espora,
    Um arreio e um laço
    Um punhal de aço e rabo de tatu
    Tenho uma guaiaca ainda perfeita
    Caprichada e feita só de couro cru
    Do lampião quebrado,
    Só resta o pavio
    Pra lembrar do frio
    Eu também guardei
    Um pelego branco que perdeu o pêlo
    Apesar do zelo com que eu cuidei
    Também o cachimbo de canudo longo
    Quantos pernilongos com ele espantei
    Um estribo esquerdo,
    Que guardei com jeito
    Porque o direito na cerca eu quebrei
    A nota fiscal já toda amarela
    Da primeira sela que eu mesmo comprei
    Lá em soledade na casa da cinta
    Duzentos e trinta, na hora paguei
    Também o recibo já todo amassado
    Primeiro ordenado que eu faturei
    É a minha traia num saco amarrado
    Num canto escostado, que eu sempre guardei
    Pra mim representa um belo passado
    A lida de gado que eu sempre gostei
    Assim enfrentando um trabalho duro
    Eu fiz o futuro sem violar a lei
    O saco é relíquia com seus apetrechos
    Não vendo e não deixo ninguém pôr a mão
    Nos trancos da vida aguentei o taco
    E o ouro do saco é a recordação

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