Já não brilha o mesmo sol, não se respira o mesmo ar Eu deixei a minha terra e ela ainda me espera lá Não se ouve o mesmo som, o preconceito tem radar Aqui não se toca samba, este não é o meu lugar
Ninguém é dono do mundo e eu não me sinto ilegal Todo sangue é vermelho e todo osso é igual Escravo do preconceito e latino de coração O dinheiro é a droga que entorpece a nossa mão
Todo mundo fala coisas que eu não consigo entender Ninguém me trata por igual, mesmo que igual eu queira ser É uma superioridade difícil de abalar E eu me sinto como um santo enclausurado no altar
Escravo latino, vem de volta pro seu lar A terra dos sonhos já não é mais o seu lugar
Aqui a pele não tem tom, o seu valor é o seu colar Busquei a oportunidade que o Brasil não quis me dar Faço um pacto de sangue ou me caso com alguém Você é um documento ou você não é ninguém
A hostilidade nos sorrisos não parece tropical Cabelo loiro e olho azul ou então, você é anormal O trabalho é escondido até o dedo calejar A polícia é como um cão treinado para farejar
Minha saudade de casa me motiva a voltar A bandeira brasileira mostra onde é meu lar A fronteira é o limite da coragem que se tem Mas o “sonho americano” é o pesadelo de quem vem
Escravo latino, vem de volta pro seu lar A terra dos sonhos já não é mais o seu lugar