REFRÃO Meu celular Fica bem do lado do meu canivete E o meu ranchinho fica lá nos "cafundó" Pra visitar é só acessar a internet
Quando o galo canta pra me desperta Já "ribei" o fogo, já coei café E quando o dia começa a clarear Há muito tempo to na lida, to de pé Com o balaio pego espigas no "paiou" E vou tratar dos meus porquinhos no chiqueiro Dou pras galinhas o milho já "debuiado" E fico vendo elas juntando no terreiro Quem vê assim minha vidinha nem imagina Que eu to daqui plugado no mundo inteiro
Vou à cavalo na vendinha "prusiá" Ou pra saber de algum fuxico que "espaiô" Mas pra saber desse boatos "mundiá" Navego só um tempinho dentro do "computadô" Vai longe o tempo que o caboclo ia correndo Abrir a porteira pro avião passar Hoje com a "tar" tecnologia ta sabendo Que é que é que tem "inté" pra "riba" da lua A coqueluxe do sítio hoje é ter um site Um e-mail, uma home page e um notebook pra "espiá"
O meu ranchinho tem antena parabólica TV a cabo, DVD, vídeo-cassete Com o controle eu já nem desço da carroça Quando é preciso abrir a porteira ou o colchete Confesso que fico assim meio encantado Com esse mundo "dimudado" e virtual Mas quando pego na viola e na catira Sou bicho-do-mato, sou caipira, sou rural E o costume de arrochar uma morena Esse eu não "dimudo", gosto dele bem real.