Ilço Theodoro
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Amargo da Solidão

Ilço Theodoro


Cortei estrada, subi cerra e cochila
No troteado no meu cavalo Alazão
A noite cai e eu preparo minha erva
Para espantar o amargo da solidão
E amarrado na teia do sofrimento
Também viajo no lombo da ilusão
E o braseiro queima menos que a saudade
E hora invade esse pobre coração

De madrugada o braseiro se apaga
Da luz da lua ocupar o seu espaço
Olho pro céu todo bordado de estrelas
E sinto a falta do calor de um abraço
Daquela china que me pialo pra sempre
Igual boi de corte pialado por um laço
Ouço a cigarra e o boi brasino com seu berro
Os quero-quero e o relincho de um picasso

Com os pelegos no chão faço minha cama
Para sonhar com o aconchego da estância
Vejo passar na tela da minha mente
Um vídeo-tape do tempo da minha infância
Vejo eu guri montado em um petiço
Vejo as ovelhas e um cuscu na vigilância
Vejo engazeiro na beira de um riacho
E um som guacho berrando lá na distância

O galo canta e eu desperto do meu sonho
Que até então era uma realidade
Pego o meu pito para seguir o meu destino
De ser errante no garrão da liberdade
Sempre trilhando a herança do meu pai
Perculiando pelos bago da amizade
De passo a passo eu vou agüentando os açóites
De coice em coice da potranca da saudade

Composição: Ilço Theodoro / João Miranda

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