Não são os ponteiros do relógio Que me indicam quanto tempo ainda tenho Ou já gastei, só pra provar a proporção do desempenho Que procuro transmitir por frases, vindas da minha vida Em resumo da experiência adquirida Que faz com que eu perceba que ainda é cedo demais Pra achar que tudo o que eu sei já é o bastante, jamais Novas ideias vão surgindo quando a gente se sujeita A ouvir mais e falar menos, talvez seja essa a receita Não do sucesso, mas da consideração dos camarada Que escuta com atenção cada palavra E sente a simplicidade em cada frase na batida Ouve com o coração, assimila e se identifica Por saber que o conteúdo É puro efeito do contato entre as pessoas E risadas que resultam em coisas boas Lembrar do que passou é importante Mas não é o suficiente E nada disso se compara ao que ainda vem pela frente
Talvez esteja cedo, concluo quando percebo O reflexo do meu olhar baixo diante do espelho Isso faz com que eu me farte e as saídas eu descarte Será cedo demais ou será tarde?
Cedo demais a gente amadurece Cedo demais em minhas mãos o calo cresce Cedo demais perdi pessoas e sonhos E aprendi que o tempo cura cicatrizes em meu corpo Errei e aprendi tropeços e teimosias Demonstrei afeto por alguns que não mereciam Andei sozinho e triste por muitos dias Agora entendo que o mais sábio É o que tem mais tempo de vida
É cedo, relógio desperta Hora de acordar pra mais um dia Com resultados de maneiras incertas O frio tomou o lugar do quente da coberta Minha consciência conspira de forma inquieta Vez em sempre eu me desvio dos planos Ando errado na linha certa pra fugir do cotidiano Do vespertino ao breu basta apenas um pulo Na matina no mais tardar, eu escrevo o texto xulo
Três, quatro, cinco ou seis da matina Café na mesa, no peito a fé que clama pela luz divina E pede a deus que te dê sabedoria nesse dia E que transforme todas as tristezas em alegria Porque sabe que é logo cedo que o medo impera Mas a necessidade faz o homem virar fera Que ataca o próprio relógio Que não tem nada de frágil, pelo contrário Nos seus ponteiros ele é bem ágil tipo um gladiador Com uma espada no flanco Cê fecha o olho e quando abre Já tá cheio de cabelo branco Pra uns a felicidade chega tarde demais Pra outros cedo demais Só chega a responsa E até costuma viver em função dessas onça Amigo, onça atrai mais amigos da onça Ninguém te ensina a crescer Você cresce sozinho porque Cedo demais a gente amadurece Cedo demais em minhas mãos o calo cresce Ah se a juventude soubesse E se a velhice pudesse