Maria que não vai com as outras onde é que vais Na beira do cais, na beira do cais Na cama que deitou Maria a gente já jáz a gente já jaz, a gente já jaz
Maria do cais, Maria do cais Maria do cais, Maria do cais
A mare vem rasa, vem noite e cai dentro Deito com segredos que não vou contar que é pra não contar A cidade acorda, As luzes se apagam Exorcizar o medo com banho de mar Pra purificar
Maria do cais, Maria do cais Maria do cais, Maria do cais
E assim foi. Às margens do cais às margens da sociedade lá estavam eles ocupando uma estrutura pública inacabada Mirados pelos olhos conservadores dos padrões normais de comportamentos da ditas famílias de bem. Em plena década de 60 onde prisões, desaparecimentos e o medo rondavam o país, lá estavam eles resistentes ao próprio destino e ocultados pela história oficial. Quantas Marias? Quantos Josés? Quantos? Quantos ainda hão de nascer?
Raparigas que flertam com a noite Eita que mulher mais macho Não tinha sequer parede O buraco não tá só em baixo Maria do cais, Maria do cais Maria, Maria, Maria do cais