Goballa
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Supernova

Goballa


Acorda, escova os dentes, frita um ovo
liga o carro, sai, trabalha, vai pra casa
vai no banco pagar conta
come um cachorro quente
pega os filhos na escola
lava passa estuda enxagua
pára um pouco e se dá conta
que tão pouco tempo lhe resta
moço começa a se lembrar...

E já dizia muito antes o véi lá da padaria assim
seu menino tem que aparecer
e 7 anos de leão
a jogador de futebol seria
muito mais do que se pode ser
dava cascudo nas menina até aprender a namorar
quando fizesse seus 18 então iria se criar

Quando o menino se pôs a sonhar
A areia da ampulheta escorreu
pequenos grãos de tempo o fizeram envelhecer
foi tão sutil que nem percebeu

Então abre os olhos menino e segura essa areia
o tempo pode passar devagar
o sangue novo ainda te corre na veia
imiscível

acorda escova os dentes
come um cachorro quente
e leva os netos pra escola
agora bem menos tempo lhe resta
velho tenta se lembrar

Seu o pai dizia e sua tia repetia, mamãe planejava
"sua vida de doutor vai ser"
mais 5 anos e seu diploma escancarado
na parede da sala
um tal de esposo ele resolveu ser
e quando veio seu juninho desatou a trabalhar
mais contas bicos contra-cheques e dinheiro a contar

A nostalgia fez o homem pensar
em tudo que ele na vida perdeu
saco senil de angustias ele passou a ser
foi tão sutil que nem percebeu
então abre os olhos homem e segura essa areia
o tempo pode passar devagar
o sangue novo ainda te corre na veia
imiscível

Composição: Pedro Aurélio, Gabriel Tenser

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