Gilson Jó

Se Agora

Gilson Jó


A mão que abraça fumaça

Ser e ter

Sem ser nada jamais

Nada ser e ser tudo ao mesmo tempo

Tô te vendo agora pelo buraco da janela

Mas sei que você é normal

Tal a hora seja agora

De ver que o irracional sou eu (somente eu)

Eu não sou missionário de tudo

Também não sou herdeiro de nada

Nem de minh’alma (que não se acalma)

Porque o nada diz tudo

E o tudo talvez não diga nada

Tenho que descer da escada

Mudar a roupa e tudo dizer

Das coisas que parecem minhas

Tenho que ver de dentro pra fora

E de baixo pra cima

Sem ser inferior nem idiota

Os anéis que se usa já não são dourados

A aliança é menos importante que o dedo

Não há nada que não deva ser vivido

Não há nada que contenha verdade absoluta

Nada é absurdo

E tudo é nada
Droga! ora bolas!
E tchau!

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