Gilson Jó
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Paz Armada

Gilson Jó


Na história dos heróis

Os vilões riem de nós

Os cabelos que voam ao vento

Já não recuam aos seus dizeres
Ordem! E Progresso!
(Nem tudo em seu lugar)

Os corpos e as almas

Parecem que estão desnudos (todos)
Todos são iguais
(nem normais)

Ao menos naquilo que se pensa e faz

Na história dos vilões

Os heróis acendem seus cachimbos

E a fumaça que aflora com o tempo

Já não queima suas barbas
E seus botões

O que fora ultrajado na memória

Da história e da oratória

Os cotovelos já não servem pra dizer

Que a vontade que se tem é de viver

Sem a opressão, sem a mentira

Sem a mania que temos de viver em paz
Durma em paz (e nada mais)

Se eu te der mil razões pra viver

Saiba que é porque estou ao seu lado

Se te tiro a vontade de chorar

É que o tiro já não serve pra nós

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