Cresci assim, livre e solto, minha mãe nem aí, meu pai não conheci. Muita coisa aconteceu, muita gente conheci, minha família já morreu, minha vida é assim, maconha já fumei, no crack viciei. Por mais que eu já sofri eu me orgulho de ser assim, minha vida não tem sentido, se não tem ninguém comigo. Sinto falta do tempo de moleque, onde brincava de PIQUE-PEGUE.
Refrão: Amanhã 18 anos, vivo a vida com enganos, um dia ainda vou ser alguém, e da maconha não ser mais refém.
Aos 13 eu fui pra FEBEM, acusado de matar alguém, hoje aqui estou, minha vida não acabou, muita coisa vou tentar, pra minha vida melhorar. Muitos sonhos eu quero realizar, para que um dia eu possa mudar e tudo transformar. Sonho com uma vida que nunca pude ter, mas por morar na favela nem trabalho posso ter. Cresci sorrindo cheio de sonhos, mais por dentro vivo triste e sofrendo, pois nem meus sonhos posso realizar, quanto mais me alegrar.
Refrão: Amanhã 18 anos, vivo a vida com enganos, um dia ainda vou ser alguém, e da maconha não ser mais refém.
Tudo o que eu sei como lição de vida eu levei, um guri sofrido que nas ruas frio já passou, de fome quase morreu, mesmo assim lutou e sobreviveu. Meus 18 anos já completei e preso mais uma vez eu fiquei, estou hoje na CPP sem tempo certo para sobreviver. Não sei quanto tempo vou viver aqui, mais continuo a insistir, uma vida sofrida eu já construí, tempos que nunca esquecerei, são os poucos momentos bons que já vivi.
Refrão: Amanhã 18 anos, vivo a vida com enganos, um dia ainda vou ser alguém, e da maconha não ser mais refém.
Composição: Iara Cecília, Tayriny Araújo, Brenda Godoy, Kênnia Bianka