Ganesha MC
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Gangue Rua

Ganesha MC

Das Cinzas (A introdução ao fogo)


Mais uma madrugada
Na mente mais um problema
Tava escrevendo
E é claro, de novo cê é o tema
E eu sou gangue rua
Sou beco e toda viela
Sou todo o kamasutra
A cor preta da aquarela
Grafiteiro vagabundo
Pintor de um novo sonho
Cansei já desse assunto
Então um novo eu componho
É muita falassada de quem fala e não faz nada
e eu, senso quieto e no final o papo é reto
Jurado mas imbatível
Passei pra outro nivel
Acima do lixo, é o meu
novo começo
Declaro um novo início
Tropeço mas eu insisto
Eu nunca entro em xeque
Marginal desde muleque
Minha caneta tem gatilho
Tenta, é impossível
Droga nenhuma derruba
A seringa não tem culpa
Ela não vai funcionar
Não tem loucura nenhuma
É a realidade, deus que sabe
eu to de bem, mas o mal é meu talento, to vivendo de momento
Gangster ta violento, e eu nunca vou mudar
Céu contigo é bem feliz
Mas o inferno é meu lugar
Então traz a diaba
tudo que tem de garrafa


Vitória é bônus
A gente muda de rua
Mas nela não mudam os donos
Devem ser dos cromossomos
Tem que ter explicação
É daqui que a gente vem
A rua é minha profissão
Namastê tá no meu peito
E o peito nela também
O jeito é ser o defeito
Que você diz que não tem
Minha casa era só briga
Quando acabei na rua
Eu vi que tinha família
Ela que já teve sangue
Teve caco de vidro
E madame louca no funk
De uma coisa eu duvido
E pode virar assunto
Porque rap vazio
Se a rua tem conteúdo?
Nela vende fino, farinha
Eu vi de tudo
Criança já engatilha
E a mesma já faz o túmulo
E a bala não é de brinquedo
Se ela não tem família
Pra que ter trava no dedo
E o que passa lá no meio
É a rua dando aula
Se tu não tem o recreio

Vi um bandido, na mão uma arma
E outro com outra, vestindo uma farda
O primeiro roubava só pra seguir uma história
esquecer da memória
E o segundo o delito é julgar só pela capa
E não pelo enredo, primeiro
O julgamento, em cada beco, uma lei, e um tratamento
Depois chega a viatura, tá preparado?
Abaixado, acalmado, no mato
Nada errado, ladrão memo de terno e sapato, e não mocado
Meu terço é meu pecado, eu rezo pro nosso lado, e pelo inimigo, que quando eu to com sangue no olho, não tente bater comigo

Trem desgovernado
nunca no mesmo trilho
A mesma mão que cumprimenta
É o dedo do gatilho
Uns no porte de arma
E eu portando o microfone
Mostrando que a pouca idade
Nunca me fez menos homem
Também preciso do underground
Como todo Mc
Mas se eu só cantar violência
Nós nunca vamos subir
E eu não to me vendendo
Tô cantando o que eu preciso
E atrás do reconhecimento
Joinville tem tons de cinza
Em contraste ao céu azul
Todo dia morre gente
E o que eu não quero é ser mais um

Pátria amada idolatrada
Quem vende droga tá preso
Quem libera a venda veste farda

Composição: TK

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