Quando a chuva cai no meu sertão Molha a terra e a plantação Enverdece toda floresta Os passarinhos cantam fazendo festa
Tenho saudade do carro de boi Junto com o tempo ele também se foi Estacionado no pé de juá Me dá vontade até de chorar
Engenho de pau, banho de riacho A água corria de cima pra baixo Descambando grotas e ribeirão A saudade dói no coração
Não, eu não nasci para viver distante Eu sei que hoje não é como antes Está bem diferente o meu sertão Eu, tenho saudade da água cristalina Quando mamãe pegava na cacimba Ou na cisterna feita por meu pai
Veio o asfalto e acabou com os carreiros É perigoso, veloz e ligeiro Não dá nem tempo de apreciar A beleza da natureza
Os boiadeiros tocando a boiada Muito calor e o poeirão na estrada Os bois veacos caiam na caatinga E os vaqueiros partiam pra cima
Laço certeiro, cavalo alazão Chapéu de couro, perneira e gibão Não tinha medo de entrar no serrado Aboiar gado era a profissão.
(REFRÃO) Não, eu não nasci para viver distante...
Composição: De Francisco Pacheco / Bastos Oliveira