Falso Nove
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O Monstro

Falso Nove


Cai
Volta pra trás
Mundo
É todo pra vós

Nasce mal empregue
O dom de amar
Cresce o meu sincero
Despeço-me do tempo pra voar
E seu eu disser
Já gelou
Traz-me a vela que queimou
O meu reverso
De leigo confinado ao que emprestou

Sobre os meus olhos tens um rio
Seca-me o rosto
Sobre o meu dorso senil
Mata-me o monstro

Foge
Hesitar não faz largar a minha voz
Ofegar, voltar
É um mundo só pra sós
Planos são a morte de meu ser
E estamos nós
Entregues ao destino que nos fez razão

Pra amarmos sem sentir
Correndo nus sobre o asfalto do bramir
E eu não consinto sem me dar
Sem me oprimir
Nunca vivi nas duras teias de existir

Mas corri sempre em contramão
Do que há de certo
Deixei tudo sobre o verão
Sobre o deserto
Os sonhos de biberão
De chico esperto
Talvez nunca viverão
Em vez de perto

Diz-me como vou vencer
Sobre a pressão
Diz-me como vou vencer
Meu furacão
Diz-me a cor da dor do medo e da paixão
Diz-me se vou sobreviver sem coração
E a luz que brilha ofuscada pelo céu
Sempre me trouxe a verdade mais cruel
Na mentira mal contada que escrevi
Sob a forma de uma canção para ti

E eu não consinto eu

Composição: Afonso Lima, Francisco Carballo Marcelino, Francisco Saiote, F. Leite, Mateus Carvalho

Letra enviada por Playlists do Vagalume

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