Há pistolas que descarregadas me disparam

Todos os relógios me separam

E já nem me encontro na cama

Papoulas são os suspiros de tuas escamas

Que são os tiros que dão na alma

Se queres me ver, estou nos ramos

Fixa-te um objetivo distinto

Que sou como um vinho tinto

Que se me tomas no frio, engano

E com os anos me torno mais esperto

Carinho

Toma-me quentinho, a teu ritmo

Que sou como um vinho envelhecido

Faz tempo que ando me procurando

E não me encontro nem no espelho

Porque hoje há ondas

Neste mar que tu vês calmo

Tu és o peixe que morde minha cauda

Eu sou um pássaro e tu os ramos

Se estamos a sós, gagagagaguejo e não são mentiras

Eu nunca minto pela manhã

Anda até papagaio urgentemente

Eu não sou mau, ainda que me esconda entre a maldade

As vezes me excedo um pouco, tu és meu quebra cabeças

E eu sou uma peça

Mas o teu corpo é um escândalo

Tem um demônio que sempre me diz: prova!

E um anjinho que me diz: quieto e reza!

A qual dos dois dou razão?

Fixa-te um objetivo distinto, Que sou como um vinho tinto

Que se me tomas no frio, engano

E com os anos me torno mais esperto

Carinho

Toma-me quentinho, a teu ritmo

Que sou como um vinho envelhecido

Faz tempo que ando me procurando

E não me encontro nem no espelho

Recupera-te, não vamos perder a cabeça

Porque este é o nosso primeiro encontro

E já tomei umas dez cervejas

Não sei se me provocas, ou me provoco por natureza

Menina, o que se dá, não se tira

E o que tiras fica aí, morena

Fixa-te um objetivo distinto, Que sou como um vinho tinto

Que se me tomas no frio, engano

E com os anos me torno mais esperto

Carinho

Toma-me quentinho, a teu ritmo

Que sou como um vinho envelhecido

Faz tempo que ando me procurando

E não me encontro nem no espelho