As Vozes da Estatística

Eduardo (Ex-Facção Central)

  • 																					Já que o grampo é a tática da polícia
    Aperta o Rec delegado e grava as vozes da estatística
    Nos algarismos mórbidos da exclusão
    Não tem só material pra vídeoconferência em prisão
    Em cada índice arquitetado no Brasil europeu
    Tem um filho que a Pátria Mãe não reconheceu
    O que derruba helicóptero com sargento dentro
    É o cárcere perpétuo de milhares no esquecimento
    A tradução de quadrilha portando arsenal
    É cobra do Banco Central por Direito Constitucional
    Sorte do chicoteador que o repasse de cultura
    É só pra assinatura de confissão pós-tortura
    Sem terrorismo educacional era político no vídeo
    Na mira da Colt lendo renúncia no texto redigido
    Quem aprova taxa da higienação social
    Vira saldo de córnea com queimadura em terceiro grau
    Se escreve no Reality que a batida no Toyota
    Acaba em moto-serra amputando até a chegada das notas
    Mesmo o gráfico desenhado por anticristos
    Bolsa família, alucinógena maçã do Steve
    Bicos protegem o tour do pedófilo estrangeiro
    Abafando nossa era com esmola e transporte de preso
    Mas mesmo na cela Federal a aflição será ouvida
    Por que meu Rap é o megafone das vozes da estatística

    Foda-se a elite, suas leis, suas tropas, seu armamento
    Aqui são os números pro Estado quebrando a lei do silêncio

    A desumanização do personagem no relatório
    Protege abuso da Civil atrás de laboratório
    Permite um gambé estuprar a filha menor
    Até inocente responder onde tá a Jericho
    Declaro guerra contra todo playboy psicótico
    Que reduz meu povo a laudo necroscópico
    Sei que o trampe no pano da Força Nacional e tanques
    É a gênese do arrastão em restaurantes
    Que a diminuição de candidatos a Beira-Mar
    Ta no índice de aprovação de pobres no vestibular
    Não queria mais contar história trágica
    Mas a cada cinco, um baleado sobrevive à Força Tática
    Pra ser o preso que sem sítio pro magistrado
    Tenho cicatrizante de pulmão cancelado
    Acorrentaram nossa mente pra gente ficar feliz
    Na emergência se vangloriando de cicatriz
    Pra no feitiço da Tv não vermos que as regras
    São feita por arrombados que não pisam na favela
    Que no doping o filho da puta que assina chacina
    Seria eliminado por cocaína na urina
    Foda-se a opinião do âncora corrompido
    Só invade a fábrica de jóia aquele que é induzido
    Mesmo no beco mais escuro a prostituída será ouvida
    Porque meu Rap é o megafone das vozes da estatística

    Foda-se a elite, suas leis, suas tropas, seu armamento
    Aqui são os números pro Estado quebrando a lei do silêncio

    Delegado não precisa monitorar meu celular
    Pra tentar saber que plano vou executar
    Se não mandar a Rota virar a câmera e me matar
    Vou instigar no Gueto uma revolta popular
    Sou o pilar do stress pós-traumático do Governo
    Analfabeto funcional que interpreta texto
    Discorda da tese do estudioso em conflito urbano
    Paz não ta ligada a gancho de abrir tampa de crânio
    Onde escreve homicídios e déficit cultural
    Eu leio pós-abolição ficcional
    Todo efetivo das polícias é pra manter a invalidade
    Leis que cortam laço sanguíneo de amor e amizade
    Não deixe o jornal te fazer odiar o favelado
    Que é exposto no D. P com hematomas e algemado
    Linchamento é preposta com foto de finado
    Que desenha o diagrama do próprio assassinato
    Ancestrais não queimaram canaviais e manhãs
    Para sermos depósitos de lixo midiático e gordura trans
    Pra sermos transformados em amebas biônicas
    Que teclam suicídio na urna eletrônica
    Ou ampliamos as cifras dos demônios caçados
    Ou seguimos nos dados dos restos mortais desovados
    Mesmo na caixa de papelão a família faminta será ouvida
    Porque meu Rap é o megafone das vozes da estatística

    Foda-se a elite, suas leis, suas tropas, seu armamento
    Aqui são os números pro Estado quebrando a lei do silêncio

    G. C. C 2014

Compositor: Carlos Eduardo Taddeo

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