Os dois na lareira

Os dois na lareira

contando nossas histórias

girando a roda

de memória diminuída

Com canjilones de Enea

olhando para trás

não me lembro de um momento

em que você não vai me acompanhar

Que um dia você não vai me beijar

Ou em uma reconciliação

Depois de mais alguns gestos

sempre tivemos em mente

adoçando nossas vidas

em segurar nossos sonhos

Em ser nossos próprios donos

Nem derrotado nem derrotado

sempre construindo pontes

Nós não nos separamos

Nunca! Por nenhuma razão

Nós nunca viramos as costas

Nem eu alonguei sua saia

Nem você cortou meu umbigo

As quebras foram encadeadas

evitamos a preocupação

Por não perpetrar legados

Esquecemos os insultos

Eles desligam se não forem encorajados

E se o sangue engrossou

Nós só precisávamos nos beijar

não temos descendência

No começo não queríamos

Dedicamo-nos a viver

Com o tempo nós declinamos

Embora o poder, se pudéssemos

Explicação que não devemos

Sob a calma da noite

Os dois na lareira

pela primeira vez minha mente

Ele tem medo do presente

Eu sinto seu cheiro de azaleias

Enquanto eu abraço sua urna

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