Arrasa o meu projeto de vida Querida, estrela do meu caminho Espinho cravado em minha garganta Garganta A santa às vezes troca meu nome E some
E some nas altas da madrugada Coitada, trabalha de plantonista Artista, é doida pela Portela Ói ela Ói ela, vestida de verde e rosa
A Rosa garante que é sempre minha Quietinha, saiu pra comprar cigarro Que sarro, trouxe umas coisas do Norte Que sorte Que sorte, voltou toda sorridente
Demente, inventa cada carícia Egípcia, me encontra e me vira a cara Odara, gravou meu nome na blusa Abusa, me acusa Revista os bolsos da calça
A falsa limpou a minha carteira Maneira, pagou a nossa despesa Beleza, na hora do bom me deixa, se queixa A gueixa Que coisa mais amorosa A Rosa
Ah, Rosa, e o meu projeto de vida? Bandida, cadê minha estrela guia Vadia, me esquece na noite escura Mas jura Me jura que um dia volta pra casa
Arrasa o meu projeto de vida Querida, estrela do meu caminho Espinho cravado em minha garganta Garganta A santa às vezes me chama Alberto Alberto
Decerto sonhou com alguma novela Penélope, espera por mim bordando Suando, ficou de cama com febre Que febre A lebre, como é que ela é tão fogosa A Rosa
A Rosa jurou seu amor eterno Meu terno ficou na tinturaria Um dia me trouxe uma roupa justa Me gusta, me gusta Cismou de dançar um tango
Meu rango sumiu lá da geladeira Caseira, seu molho é uma maravilha Que filha, visita a família em Sampa Às pampa, às pampa Voltou toda descascada
A fada, acaba com a minha lira A gira, esgota a minha laringe Esfinge, devora a minha pessoa À toa, a boa Que coisa mais saborosa A Rosa
Ah, Rosa, e o meu projeto de vida? Bandida, cadê minha estrela guia? Vadia, me esquece na noite escura Mas jura Me jura que um dia volta pra casa
Compositor: Francisco Buarque de Hollanda (Chico Buarque) ECAD: Obra #2074165 Fonograma #976889