Devaneio Óbvio

Ataduras

Devaneio Óbvio

Ano Bissexto


Para as visitas
Abrimos as portas
E vagamos sempre um lugar no sofá

Janelas soprando um vento quente
O aberto se fecha
E traz-se xícaras de chá

Não há mais convites aceitos
Parece nem haver outro jeito
Vivemos agora só de distância

A saudade vem como ferida
No pé que corrói
E quanto mais passos são dados ao longe
Afundam na sola os cacos
Fazem buracos e mais e mais e mais
Dói

Para os conselhos
Abrimos os ouvidos
E deixamos a mensagem tomar um canto

Vozes ardem num sopro torrente
Os olhos espremem-se
E a visão turva quando tudo cai em pranto
Quando tudo cai em pranto

Não há mais sorrisos feitos
Parece nem haver mais respeito
Somos suspensos apenas por lembranças

Em tantas troquei o certo pelo duvidoso
Querendo manter nos armários
Os sabores de cada gosto

Maldade é o que fazem comigo
Mas eu sei que é castigo
Por nem mesmo saber o que é maltrato
Por nem mesmo saber que isto é um maltrato

Eu adianto as minhas desculpas
Darei apenas respostas curtas
Não tenho ataduras nos pés machucados

Composição: Rafael Henrique, Gabriel Marques, Murilo Bodo. William César

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