Sombreou a tarde entre silêncio e ventos Era o prenuncio de intempérie e medo De longe os cascos anunciavam passos De alguns soldados e um bandido preso Toda quietude anunciava morte Nas armas postas lhe dizendo assim Quem teve a fama de bandido e guapo Hoje se encontra com seu próprio fim
Eram seis homens e o Artur Arão Nalgum rincão da terra missioneira Almas perdidas por seus desatinos Vingando mortes com balas certeiras
Seis tiros cegos de estampido e fogo Contra um bandido que diziam ser Feriram a carne, lhe marcaram a alma Mas não esperaram pra lhe ver morrer Mas outro tiro que não foi certeiro Cegou a tarde escureceu sombria Ficou a imagem na retina e o ódio Dos seis paisanos pra vingar-se um dia Depois a morte aos poucos se foi No tranco lento da milícia armada Os seis partiram sem olhar a cena Do corpo e o sangue na beira da estrada
Eram seis homens e o Artur Arão Nalgum rincão da terra missioneira Almas perdidas por seus desatinos Vingando mortes com balas certeiras Talvez a morte não lhe faça bem Nem mesmo a dor lhe cobre o perdão Quem teve a morte não merece a vida Nem mesmo o nome de Artur Arão Os olhos turvos depois da tormenta Se abriram claros mal podendo ver A morte agora vai buscar vingança Porque uma lenda nunca vai morrer
Eram seis homens e o Artur Arão Nalgum rincão da terra missioneira Almas perdidas por seus desatinos Vingando mortes com balas certeiras