De vez em quando penso em desistir da vida Mas o que me segura é mesmo essa lida dura Cartas pra América que eu nunca escrevi Me fazem perceber que nunca em liberdade eu vou viver E nos recados que as estrelas me deixaram Os sonhos me provaram que eu sou um mero tolo acreditador No pesadelo tão real que sempre vivo, dele acordo calado E um cara do meu lado questionando sobre amor Soldados marcham regredindo com sucesso Cadê o seu progresso? Insista em lhe buscar! Sou sagitário de natureza errada E cavoucando estradas, não tenho mais história pra contar Eu bem queria poder sair por aí sem ter com o que me preocupar E ter razão em tudo o que eu digo Mas, dentro desse mundo estranho, feito de aparências Talvez as consequências sejam melhores do que vir comigo Durante os dias loucos, noites traiçoeiras Plantando bananeiras, colhendo solidões amadas E no sangue que jorra da algema, fingir é o meu lema Tudo terminará em todas as ruas sendo filmadas Oh, seu polícia, me deixa trabalhar Porque se eu não trabalho eu volto a chorar Oh, seu polícia, me deixa então chorar E vai prender alguém que não queira mais sonhar Quando me chegam os boletos pra pagar Respeito a bíblia, mas detesto São Tadeu Ele me prometeu emprego na fábrica do bem Velas acesas e promessas apagadas O padre não entende nada, mas mesmo assim insiste o mesmo amém Depois de refletir sobre as contar que eu pago Queria ser um mago, sumir pra algum lugar sem despedida Tal qual um dia fui matriculado, no outro sepultado Chutado pra escanteio e pego em flagrante, preso Não vou mais tentar nenhuma saída Das dores do mundo moderno, eu me apoderei Tô pensando em ser rei daquilo que nunca foi meu De hoje em diante eu só vou gritar contigo Não vou guardar pra mim (pois) aquilo o que é ruim tem que ser seu Já era madrugada quando eles acordaram Preparam o café, amargo, ele tem gosto de preocupação Quanto mais rezo, mais gente certa me aparece Aumento então a minha prece, seu moço, já adianta muito não Durmo fingindo escutar a minha sede, sonhar com uma rede E penso em como agir para sair dessa cadeia da alimentação Mas, por favor, não usem viaturas, apelem pra ditaduras Quero vender de vez meu coração Oh, seu polícia, me deixa trabalhar Porque se eu não trabalho eu volto a chorar Oh, seu polícia, me deixa então chorar E vai prender alguém que não queira mais sonhar Oh, seu polícia, me deixa trabalhar Porque se eu não trabalho eu volto a chorar Oh, seu polícia, me deixa então chorar E vai prender alguém que não queira mais sonhar