Cristian de Freitas
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O Baú da Discórdia

Cristian de Freitas


Havia um sol no escuro da noite sem lua
Um velho cavalo amarrado em solidão
Homens gritando o nome de todos os planetas
Promessas desfeitas, mentiras refeitas
Queria ter um livro pra arrancar todas as páginas
Queimar toda a palavra e no fogo me arder
Asas quebradas de uma mulher, cabelos crespos
E vejo alguém pulando por cima da cama aberta
Planetas cobiçados, verdadeiros errados
Naquela casa está guardado o baú da discórdia
E muita gente pensando sobre como o mundo surgiu
Ninguém tem a resposta nem nunca vai ter
No cachimbatório das premilinares eu vou
Sugando todo o tipo de vida que eu encontro pela frente
Passageiros atrasados, suando gotas de um futuro melhor
Cada lágrima sofrida pode ser um passado normal
Um espelho na parede, água pra matar a sede
Do mundo inteiro o que restou não vai acabar
Passam-se instantes e a gente nem percebe as horas
Substâncias químicas esparramadas no canto da sala
Eu escorregarei bem perto da morte e me lembrarei
De quando disse que amava alguém
De quando disse que amava
De quando disse
De quando

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