Cristian de Freitas

Madame Vaidade

Cristian de Freitas


Eu sou uma dama
E levei pra cama rosa um buquê de flores
E espalhei
Todos os amores
Que debaixo dela um dia eu deixei

Eu sou uma garota
Meu rosto é perfeito feito de forma marota
E hoje sei
Que dentro do rosto, todo o meu desgosto
Um dia eu cultivei

Rainhas de charrete
E eu aqui no décimo a andar de patinete
Sem saber de nada
Tudo o que eu queria
Era um rapaz que desse a paz e me subisse escadas

Perfume em rollon
Meio tom, batom, claro, agora eu vou mais cedo
Não existe medo
Nem sequer segredo pra atrapalhar
A minha sedução

Charme veio tarde
Eu agora sofro com o pecado dessa noite
Fria e calculista
Como aquele homem
Que parou seu carro e me deixou
Na pista

Me atropelaram
Me fizeram ver o meu rosto desfigurado
Cheio de arranhões
E com um espelho, me rasguei no meio
De dois corações

Não tinha ninguém, tinha me vendido
Por um preço que não vinha
Nem me convinha
Nua numa praça, ficou tão sem graça
Eu ali sozinha

Comprei a vaidade, comprei os teus versos
Homem das falsas verdades
Comprei você
Mas esqueci disso
A felicidade não é de vender

Numa íngua inteira
Soltando minha língua numa moda brasileira
Daquelas caipiras
E eu acreditando
Que esse meu encanto é feito de mentiras

Acabou a chuva, acabou a glória
E a vitória era a viúva
Que seduziu
Seus cachos de uva
Cabelos de concha, dança no Brasil

Acabou beleza, me sobrou tristeza
E agora a sobremesa não sou mais eu
Você foi o glamour
Que o senhor tomou, mastigou e me deu

Acabou a linda, mesmo que ainda
Eu era Narciso de fêmea
Minha irmã gêmea
Era tão mais bela, tudo era tão claro
E eu era escura
Ah, que vida dura!

Acabou a grana, acabou a fama
Tudo terminou em guerra
Morri na praia
Asfaltando a terra
E pedindo esmola só de mini saia

Meu batom cessou, meu brilho acabou
E as rosas na cama foram embora
Coração que chora
Esperando todo o dia a mesma hora

Uma borboleta, pedaços de show
Passou a base na caneta, creme de avelã
Nem o futuro sabe o que quer que acabe
Depois de amanhã

Nunca fui pra escola
Nunca namorei, nunca aprendi a jogar bola
Nem mesmo peteca
Hoje sou aquela
Que toda donzela, recusou bonecas

Não sei o meu nome
Nem meu sobrenome
Nem pronome possessivo
Nem se estás vivo, só sei que minha cama
Ainda te ama, vem dormir comigo (Ivo!)

José, Jorge, Abreu
Douglas e Renato, Vitor e Bartolomeu
Téo, Fabiano
Seja mineirinho, seja carioca
Seja então goiano

Quero minha fama
Troco por corrente de ouro
Querem minha cama
Troco por meu maior tesouro
Quero minha lama
Troco pela sujeira das suas palavras
Quero e não reclama
Tens de mim inteira, tens de mim migalhas
Tens de mim migalhas
Tens de mim migalhas

Encontrou algum erro na letra? Por favor, envie uma correção >

Compartilhe
esta música

Ouça estações relacionadas a Cristian de Freitas no Vagalume.FM

Mais tocadas de Cristian de Freitas

ESTAÇÕES