Bença, mãe Eu tirei nota dez na prova e recebi o teu sorriso Mas não posso me atrasar, meu vôo sai agora à noite Viajarei pelas estrelas escolhendo onde pousar E ficar rodando Por quatro letras, quatro setas, quatrocentas milhas Dê-me um abraço, deixe o feijão que as freiras vão olhar Todo o caminho é diferente por mais que as pessoas queiram Ficar por aqui Bença, pai Seus quatro olhos todos nobres são capazes de mentir Dinheiro, fama, glória e paz e eu não existo pro senhor E agora todo mundo chora a falta desse seu amor Que ficou no escritório No hangar da vida, eu pousei flores Na realidade, meus amores Nunca existiram suas dores Nós no mundo, há um mundo em nós Por mais que haja tudo, ainda estaremos sós Tchau, desconhecido E obrigado por ter espalhado coisas sobre mim Espero que um dia desses o planeta te perfilhe Mas não se iluda, fama passa e o que ficam são as mágoas Passadas e coadas na peneira do sol Até mais ver, doutores Não quero mais pagar pra ter aquilo que sempre apodrece E antes de tudo queria que um pouco de dinheiro desse Pra eu enfeitar o meu cabelo com dinheiro do postal Que eu disse pra vocês guardarem E me disseram hoje, agora, que vocês jogaram fora Nada no mundo me despreza quando sou mandado embora Viajarei em buscas fúteis por qualquer lugar fora daqui De onde estou Mas se eu voltar, é porque eu esqueci de ainda me arrepender Mas se eu voltar, é porque eu esqueci de ainda dormir na prisão E fazer meu coração Sofrer!