Num posto de gasolina
Meu caminhão eu abastecia
Nisso chegou um mineirinho
Como ajudante se oferecia

Era um mulato franzino
Que pra essa lida fé não fazia
Mas por confiar nos mineiro
Eu aceitei sua companhia

Saímo cortando légua
No atravessar um mato fechado
De repente na estrada
Eu vi um tronco de atravessado

O mineiro me falou
Pro jeito nós vamo ser assartado
Foi só brecá o caminhão
Formou um tiroteio pro nosso lado

Pensando em meu São Cristóvão
Puxei do trinta que eu trazia
Oiei na mão do mineiro
Vi um para-belo que reluzia

Cada tiro que ele dava
No mato um bandoleiro gemia
Não levou nem meia hora
Silenciou toda a mataria

Eu falei pro mineirinho
Gostei de vê a sua bravura
Vamo viajá sempre junto
Contigo eu topo as parada dura

Ele então se descurpou
Eu vou lhe contar a verdade pura
Não sigo em seu caminhão
Porque eu sou tenente da captura

Me vendo ali surpreso
Ele apeou e deu uma risada
Gostei de sua companhia
Mas sou obrigado a fazer parada

São Cristóvão lhe acompanhe
Seja feliz em sua jornada
Que eu vou cumprir meu destino
De acabá com os ladrão da estrada

(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)