Numa quarta-feira Acordei cedo Pra ir pro curso Em Madureira
Chegando lá no ponto Às sete horas Cadê o ônibus? Mas que demora
Passou trinta minutos Veio o maldito Rodando à vinte Todo caído
No 689 Cansei de ver Velho tomando tombo Na hora de descer
Na estação de Realengo Subiu quatro malucos Um viado, um gordo Um manco e um surdo
Sentado no banco da ponta Tu sabe como é Leva sarrada dos caras Que estão do teu lado em pé
Sento lá atrás Me sinto na Mocidade Pois as janelas e bancos Batem com toda vontade
Quando pego esse busão Cansado do dia-a-dia O vendedor ambulante grita É um real a Paçoquita
É três por um real Você só encontra esse preço na mão do ambulante Quem vai? quem vai? É marca, é luxo, é qualidade Vamos comprar que tá acabando Só tem seis. Só tem seis Olha aê. Olha aê Olha a Paçoquita
Chegando em Marechal A porra do pneu fura E todos os passageiros Ficam largados na rua
Eu já estou atrasado Umas meia hora ou mais E o motorista me diz Que já vem outro atrás
Tô falando sério, Se tu pegar esse ônibus tu vai se foder!