Compadre Moreira e Adelaide
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Os Conselhos do Maneco

Compadre Moreira e Adelaide


Certa vez tava no boteco
Com o amigo Maneco em grande animação
Comentava do custo de vida
Das muié fingida e tomava pingão

De repente entra alguém no boteco
Pintando os caneco igual um furacão
Eu pensei de arrancá meu revórve
Meu copo de pinga voou do barcão

Me encolhi e senti um friozinho
Quando meu colarinho arguém agarrô
Eu gritei, minha Nossa Senhora
Chegou minha hora, minha perna bambeô

E o Maneco ali do meu lado
Todo apavorado até se moiô
Quando vi que era mão delicada
E unha pintada o sentido vortô

Fui pensando pra minha moleza
Pois minha beleza não tem quem resista
Ajeitei meu cabelo de lado
Meu zóio gateado, meu tipo de artista

Vô mostrá que essa tal desordêra
Não é a primeira por mim a gamá
Eu garanto, não leva um minuto
No peito matuto ela vai debruçá

Quando eu encarei a danada
Não disse mais nada, perdi o rebolado
Minha voz encalhou na garganta
O sentido sumiu, eu fiquei entalado

Decidida fungando e xingando
De zóio vermeio igual um lucifér
A marvada bonita e valente
Pintando os caneco era a minha muié

("- E então boneco
A janta já tá pronta
Vai deixa esfriá?
Da tua casa já esqueceu o caminho?
E o nosso Chiquinho?
Quem vai mamentá

Que é isso muié
Toma jeito, vê se tem mais respeito
Pare de gritá
Além disso óia aqui no meu peito
Vê se tem algum jeito pro Chiquinho mamá?

Chega, chega de prosa
E vamo pra casa já, já
Despeça do seu amigo
O resto lá em casa nóis vamo acertá

Tome pinga, cumpadre
E aceito um consêio que o Maneco aqui vai dá
Pegue aquele pedaço de pau
Alcança a danada e bota pra quebrá
Muié tem que sê que nem carne
Se tá dura a gente bate
Bate até maciá")

Quando eu vinha de vorta
O Maneco já veio correndo pra me abraçá
Muito bem, assim que se faz
Quando a muié abusa precisa apanhá

Me descurpe amigo Maneco
Mas o seu consêio eu não aceitei não
Como é que eu vô fazê isso
Se estou muito errado ela está com a razão

Além disso amigo Maneco
O que ela oferece você não dá não
Ela dá muito amor e carinho
E óia os fiinho com veneração

A muié prestimosa e direita
Não se compra à dinheiro nem à prestação
Mas amigo, cachaça e consêio
Garanto que encontro em quarqué barcão

Composição: Crisóstomo

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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