Compadre Moreira e Adelaide

O Caipora

Compadre Moreira e Adelaide


Declamado

Peguei minha garrucha
Daquela que não embucha
E fui pro mato caçá
Já era umas duas hora
E saí e fui embora
Caçá bicho pra matá

Eu fui entrando pro mato adentro
E falando São Bento
De tanto medo que eu tava
Fui entrando de carreira
Mas lembrei que era sexta-feira
E nesse dia eu não caçava

O mato tava calado
Tava tudo de mudado
O medo foi me trepô
Que nada me aconteça
Mas não saía da cabeça
O que o cumpadre me contô

Que tomasse cuidado
Ficasse de ôio regalado
Que neste mato aparecia
Caipora, saci-pererê
E se isto me aparecê
Cruz credo Ave-Maria

Nisto que eu tava pensando
Perto de mim vem chegando
Um homem da cor de brasa
E me pediu de fumo um bocado
Xi, fiquei apertado
Pois o fumo ficô em casa

Eu fui fazendo arrodeio
Então na ideia me veio
Que tirasse o pé da peia
Pois se fumo queria o danado
Podia tá sossegado
Que a garrucha tava cheia

O caipora veio e falô
Me dá fumo aí, sinhô
Eu preciso de pitá
Então lhe respondi
Fumo? Eu me esqueci
Mecê não deve arrepará

Mas se é pra isso que mecê veio
O meu cachimbo tá cheio
E vancê pita nesta hora
Isto é que foi coisa louca
Eu mandei ele abri a boca
E carquei fogo no caipora

O caipora enfumaçado
Pensei que tinha matado
Matei ele, essa foi boa
Então me veio alegria
Que caçada nesse dia
Acabei com o trem à-toa

Mas que pataquada
Pois no meio da fumaçada
O caipora sortô prosa
E me falô dentro de um buraco
O seu fuminho é fraco
Mas a fumacinha é cherosa

Composição: Luiz de Castro

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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