Carolina Diz
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A Mesma Cruz

Carolina Diz


Pedreiros de estranhas moradas
do mar sabemos poroes e jangadas
do açoite ao fogo cruzado
nosso sangue amargo derramado

em cada nascimento a mesma cruz
cadaver adiado na fila do sus
pra nos brancos-pretos-pobres
maos de doutor decretando a sorte

esta e a hora irmao
esta e a hora irma

nao temos direito ao chao sob os nossos pes
so perpetuam troncos para escravos fieis
compramos da cana essa parte:
lavradores lançados ao abate

ao rebanho assentado nas cercanias
aos barracos que a enchente desapropria
sobre o caixao a terra sonhada
cadeia de massacres, terra adorada
Nossos dias sao constelados por furos de balas perdidas
o futuro e constelado por furos de balas perdidas

& os tenis importados
dançam nas cinzas de galdino
& sobre os muros eletrificados
o faminto sera assassino

o odio vomitou na esperança
nos todos em regime fechado
os prisioneiros em dia de cobrança
e caimos sempre, sempre do mesmo lado errado

Composição: César Gilcevi e Gilson Ribeiro

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