Um peão chegou chorando Lá na soleira da sala Fazendeiro foi dizendo daí mesmo você fala Patrão é o meu filhinho que está passando mal Peço pelo amor de deus leve a gente no hospital
Retrucou o fazendeiro o seu apelo é em vão Na minha casa e no carro não deixo entrar peão E o nome que citou saiba que detesto ouvir Assim falou o fazendeiro mandando o peão sair
Ele era desumano ignorante e ateu O rapaz virava bicho se ouvisse o nome de deus Naquele canto isolado onde pouca gente havia Somente a sua maldade era o que prevalecia
Consciente do perigo naquela noite escura O tal peão foi saindo com medo da criatura Confiante num ditado que o pai não deixa sozinho Um filho que todo dia lembra dele um pouquinho
No outro dia bem cedo o menino despertou Correndo por todo lado e de nada reclamou O peão feliz da vida de joelhos agradeceu Pelo milagre divino que seu filho recebeu
O seu patrão quando soube Fez pouco do onipotente Dizendo sua medicina pode curar os doentes Mas um dia o feitiço virou contra o feiticeiro O seu filho foi picado por um urutu cruzeiro Urgentemente levaram pro hospital A criança, pra desespero do pai, não havia esperanças Triste voltou pra fazenda e pro peão perguntou O seu filho estava mal como você o salvou
Patrão naquele momento pedi pra deus nas alturas Desta forma meu filhinho recebeu a sua cura Mas tenho que lhe dizer do jeitinho como é O preço desta consulta é um punhadinho de fé
Composição: FRANCISCO RAMOS EM PARCERIA COM PAULO CRUZ