Foi no encausto das calçadas de pedra portuguesa Que eu adestrei a destreza e aprimorei a certeza Deixei levar na leveza Levada que quando tá presa só me causa tristeza Me rouba sono e beleza Tem um poema na mesa e um velho Jazz na batida Eu mantenho a lâmpada acesa Mais uma noite perdida Lá se foi madrugada e amanhã já virou dia Eu ainda alucinada brincando com poesia Batendo o pé, estralando, criando uma melodia Meio cantando e rimando Quase ninguém entendia E meu pai me dizia que eu ia adoecer "Já passou do meio dia, cê precisa de comer" Mas pai, eu tô tão satisfeita Eu encontrei o refrão com a melodia perfeita Pai, depois tudo se ajeita Deixa eu treinar o refrão com a melodia perfeita Tarde segue na saga, swing, levada com fé 4: 20, um babado, um café Eu voltei inspirada mané Pra transformar cada verso em verso que subverte intelecto Verso que só te conecte no certo Esperto, concreto, liberto, direto Reflete o que é feito de peito aberto Tenta iludir, mas eu só te desperto Desaperto o aperto do peito e o nó na garganta Trago perto sempre o respeito de quem se adianta Acerto o ponteiro e lá fora a noite escureceu Passa das sete horas e o dia aconteceu O telefone toca e amiga quer conversar Mas eu ainda tô lá na batida Eu digo: "Desculpa, adeus! " Levei meu bloco pra rua Caneta presa no dedo Sussurro, canto pra lua, ela sabe meu segredo Desde cedo que eu me inspiro e respiro No cinza, no negro e do muro colorido, eu tiro o que eu preciso e precisa No bloco, tomo nota Acho que eu fechei esse som Agora eu volto pra toca E eu tô tão satisfeita Eu encontrei o refrão com a melodia perfeita Vai, depois tudo se ajeita Deixa eu treinar o refrão com a melodia perfeita