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Dezembro

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Mais um rosto sujo pede ajuda a vocĂȘ, pega suas coisas e vai correndo pra casa. Olha no relĂłgio e liga logo a sua TV, para esquecer, pra fingir que nĂŁo Ă© com vocĂȘ. Novas armas, cocaĂ­na, um mercado a crescer, nĂŁo precisa experiĂȘncia qualquer um pode vender. Sem burocracia, sem anĂșncios de jornal, sem ser humilhado numa fila recebendo mais um nĂŁo. De alguĂ©m, que nunca esteve aqui, e nunca vai estar. A gente Ă s vezes esquece que alguĂ©m chora sem parar, sem ter nenhum, nenhum caminho pra andar. E quando a noite vem, vocĂȘ nĂŁo pensa em mais nada. E quando a noite vem, vocĂȘ nĂŁo pensa em mais nada, nĂŁo. Sem tranqĂŒilidade, sem saber o que fazer, todos se isolam entre os muros e as altas grades, que tambĂ©m separam os que tem dos que nĂŁo podem ter, oportunidades e uma boa escola pra aprender. Quinze para as duas da manhĂŁ, o telefone toca, as notĂ­cias ruins, um tiro no escuro adiou mais um lindo sonho, deixando uma grande cicatriz. Em vocĂȘ, que seria mais feliz, se aqui houvesse paz.

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