Estranho ser agora pra você alguém Igual a quem pra mim um dia foi ninguém
Me lembro um dia jovem de não ver ninguém Nem perto nem longe para aquém além De onde estivessem os meus olhos sem Ver nada que não fosse meu próprio focinho Então um jovenzinho ignorava quem Tivesse uns bons aninhos a mais que meus vinténs
Agora você passa e nem me vê passar Eu choro e acho graça nas voltas que a vida dá} bis
Mas olha que lhe espero bem ali na esquina Do tempo que transforma em mulher menina Quem sabe um dia belo, seus olhos fora do umbigo Me veem menos velho e vêm a ter comigo O encontro casual de duas almas gêmeas E junto a gente geme a ter correr perigo E geme a gente junto até pedir arreglo A vida por um fio, por um fio o medo De pôr a pele em jogo no fogo dos segredos
Então eu vou dizer um dia à minha neta Esquece a tabuada que separa em anos A gente pela estrada dessa vida curta E curta essa vida em todos os seus planos Encurta essa vida em todos os seus danos Estica essa vida em todos os seus encantos
Menina eu tô na esquina do tempo humano Um fauno me anima ao prazer profano} bis Embora nessa sina possa haver engano Embora nessa rima possa haver Milano
Estranho ser agora estranho Estranho ser Estranho ser agora estranho Um estranho ser Estranho ser agora estranho Estranho ser ninguém!