Arnaldo Luis Miranda

Abrigo

Arnaldo Luis Miranda

Archeiro


O corpo do amigo morto
Falta um amigo por lá
Onde andará meu amigo
Que eu já não posso pegar?
O corpo do amigo morto
Parece um outro lugar
Não meu abrigo e repouso
Onde costumava chorar
Bebo a tua viagem
Bebo a tua saudade

Vai! Não me demoro a chegar
Um verso não paga a maldade
De ver meu amigo calar
O corpo do amigo morto
É outro corpo sem lar
Que a terra me toma dos braços
Pior que sem se importar!
Bebo a tua viagem
Bebo-me até sucumbir

E bebo e fumo e bebo
Fumo em tua homenagem
Breve estaremos juntos aí
Na gloriosa cidade
Dos que lograram existir
No grande logro da existência
Onde ter paciência é sorrir!
No grande logro da existência
Onde ter paciência é sorrir!

Onde andará meu amigo
Que já não posso pegar?
Onde andará meu amigo
Que já não posso abraçar?
Que já não posso beijar
Onde andará?

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